N vel Epistemol gico
Os pressupostos epistemológicos intrínsecos ao processo de geração de conhecimentos compreendem os critérios de cientificidade das pesquisas – entre eles, a concepção de causalidade. Esta é aqui entendida como definida por Hegenberg (1976), que a identifica com um princípio ou uma regra de procedimento, que busca encontrar algum tipo de conexão entre os acontecimentos observados.
Do ponto de vista epistemológico, as pesquisas fenomenológico-hermenêuticas têm uma concepção de causalidade, entendida como uma relação entre o fenômeno e a essência, o todo e as partes, o objeto e o contexto. Japiassu e Marcondes (1996) defendem que a epistemologia já superou a dicotomia “teoria” x “ciência”. Focaliza o problema do crescimento dos conhecimentos científicos. Aproxima-se, assim, das ciências em via de se fazerem, de formação e de estruturação progressiva. Sobre os critérios de cientificidade, assenta-se no processo lógico de interpretação e na capacidade de reflexão do pesquisador. Isto implica um conceito de ciência como a compreensão do fenômeno em suas diversas manifestações (variantes) através de uma estrutura cognitiva ou na explicação dos pressupostos, das implicações e dos mecanismos ocultos. Neste caso, pesquisar significa captar o significado dos fenômenos, saber ou desvendar seu sentido ou seus sentidos. A compreensão supõe uma interpretação, uma maneira de conhecer o seu significado que não se dá imediatamente; por isso, precisamos da interpretação (hermenêutica). Esta é entendida como indagação ou esclarecimento dos pressupostos, das modalidades e dos princípios da interpretação e da compreensão.
De acordo com Gamboa (1999), para as abordagens hermenêuticas, a interpretação-compreensão é indispensável à necessidade que os homens têm de se comunicar com seus semelhantes. O interesse cognitivo que comanda as pesquisas fenomenológico-hermenêuticas é a comunicação. Conhecer a realidade significa compreendê-la. A