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Editora do Serviço Indonésio da BBC
Presídio de Kerobokan abriga prisioneiros condenados à morte
Do alto, o presídio de Kerobokan é um complexo amplo, com quadra de tênis, uma igreja e uma mesquita. Mas no interior da conhecida prisão em Bali, na Indonésia, estão condenados por tráfico de drogas que aguardam no corredor da morte sua execução por fuzilamento. É o caso do brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, preso em 2004 após tentar entrar na Indonésia com 6 kg de cocaína.
Também estão presos ali uma britânica de 57 anos e dois australianos, acusados de fazerem parte de uma quadrilha de narcotráfico conhecida como Bali 9.
Pedidos de clemência têm sido rejeitados pelo presidente indonésio, Joko Widodo. A Promotoria do país afirma que eles e o brasileiro podem estar em um novo grupo que será executado em breve, ainda que não esteja claro quando essas execuções devem ocorrer.
No mês passado, depois de um hiato de quatro anos, a Indonésia executou condenados de nacionalidades brasileira (o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos), malauiana, nigeriana, vietnamita e holandesa, além de um indonésio.
A atual onda de execuções é creditada à vontade política de Widodo. Ele está no poder há pouco mais de cem dias, mas tinha avisado que a guerra às drogas seria prioridade no seu governo.
"A Indonésia está no lado errado da história com essa política", argumenta Andreas Harsono, pesquisador do país na ONG Human Rights Watch.
"A atitude do país quanto aos direitos humanos é determinada por sua atitude perante a pena de morte, e essa postura está mandando uma mensagem equivocada ao mundo quanto às prioridades do país. Especialmente considerando que a Indonésia tem muitos cidadãos no corredor da morte em países como a Arábia Saudita. Como o país pode pedir sua libertação enquanto faz execuções internamente?"
Drogas e 'mulas'
E o país não é o único no sudeste asiático a usar a pena capital para punir o narcotráfico: Cingapura, Malásia e