F L Wright e o organicismo
1034 palavras
5 páginas
Vazio. Acredito ser este o ponto culminante da arquitetura como um todo. Por mais que enchamos o mundo de construções, tudo deve se encerrar no espaço que “sobra” entre elas. É no vazio entre as paredes de uma casa que vivemos. E no vazio entre as edificações é que transitamos. A edificação em si, portanto, deve ser pensada e concebida de modo a preservar estes espaços da melhor maneira. Não por acaso, o arquiteto e hisotriador italiano Bruno Zevi (1918-2000), afirmou que o grande protagonista do fato arquitetônico é o espaço vazio onde se vive. Tal afirmação sugere que o conjunto arquitetônico deve ser pensado de dentro para fora. Este cuidado com o espaço vazio (tanto interno quanto externo à edificação) revela uma preocupação maior com o indivíduo que nele irá viver. Nesse contexto, o espaço é pensado como uma unidade, levando-se em conta as necessidades das pessoas e a harmonia com o entorno. Tais características definem a chamada Arquitetura Orgânica, da qual Zevi era partidário, e tem como representante maior um dos grandes arquitetos do século XX: Frank Lloyd Wright. Norte-americano, Wright (1867-1959) foi o autor de verdadeiros marcos da arquitetura mundial do século passado, como a residência Edgar Kaufmann, mais conhecida como Casa da Cascata (Fallingwater House, 1935) e o museu Guggenheim de Nova York (1959).
FALLINGWATER HOUSE. FONTE: WWW.ARCHDAILY.COM.BR
GUGGENHEIM NY. FONTE: HTTP://BESTTOPDESIGN.COM/ARCHITECTURE/FRANK-LLOYD-WRIGHT-ARCHITECT-WITHOUT-LIMITS/
Também realizou trabalhos voltados ao planejamento urbano, design mobiliário e artefatos artísticos, como nos revela a arquiteta Ana Tagliari, em seu livro “Frank Lloyd Wright: princípio, espaço e forma na arquitetura residencial” (Annablume, 2011). Além disso, o arquiteto escreveu vários livros e artigos falando sobre a sua arquitetura. O objetivo aqui é apresentar os princípios nos quais se fundamentou o organicismo wrightiano, com base na publicação de Ana Tagliari. De acordo com a