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A sociedade de Ordens e as revoluções que determinaram os alvores da contemporaneidade
Ao iniciar o presente relatório e com vista a entender como evoluiu a sociedade é importante identificar as transformações sociais na Europa do Século XVIII e caracterizar o modo como se estruturava a sociedade do Antigo Regime (Século XVI – finais do Século XVIII).
Neste período, a sociedade era constituída por ordens ou estados (em contraposição com a sociedade de classes que a substituiu, a partir de finais do século XVIII), a ordem era uma categoria social definida pelo nascimento e pelas funções sociais que os indivíduos pertencentes a essa ordem desempenhavam. O Clero rezava, a Nobreza defendia e o povo trabalhava.
Esta era uma sociedade fortemente hierarquizada, pelo que a capacidade de um elemento de um grupo social poder transitar para outro grupo superior ou inferior era escassa, também os comportamentos estavam rigidamente estipulados para cada uma das ordens sociais, casos do estatuto jurídico, o vestuário e até a alimentação reflectiam a pertença a cada uma das ordens.
De salientar que, ao longo do Antigo Regime, a preocupação de tornar visível a diferenciação social, exprimia os principais valores defendidos na sociedade de ordens: a defesa dos privilégios pelas ordens sociais mais elevadas, a primazia do nascimento como critério de distinção e a fraquíssima mobilidade social. No entanto, mas muito lentamente, o terceiro estado consegue ascender socialmente, através do estudo, do casamento com filhas da velha nobreza ou à dedicação aos cargos do Estado (a nobreza de toga), demonstrando o primeiro sinal de esperança a mobilidade social.
Para entender esta sociedade de ordens, é importante referir que a nível politico, o sistema de monarquia absoluta, onde o rei era sagrado, paternal, absoluto, concentrado em si os três poderes do Estado (legislativo, executivo e judicial) atingiu o seu expoente máximo nos séculos XVII e XVIII. Os Monarcas absolutos não