E jesus diz felizes ...
Eu fui seminarista católico e naquela época (2005), fiz um ano da Faculdade de Ciências Religiosas na PUC-PR (metade do curso). Um dia meu professor de Teologia Moral entrou em um outro assunto que ele dominava muito bem: as Bem-Aventuranças. Assim, o Pe. Artigas (nascido na Espanha, e ex-professor de Teologia Dogmática de uma das universidades de Roma) nos deu algumas belas aulas sobre o assunto, e é a partir delas que escrevo este artigo. Ele trabalhou em cima do texto de Mateus 5,3-12. Nesse texto, encontramos 8 bem-aventuranças. Esclareçamos primeiro que bem-aventurado = feliz. Dessa forma, o código da Nova Aliança é: “Como vocês serão felizes se ...”, ou seja, Jesus nos aponta caminhos para a felicidade. A 1ª parte das bem-aventuranças mostra ou uma opção, ou um estado, ou uma ação a ser feita; já a 2ª parte, em qualquer um dos três casos, é sempre uma promessa. Ainda, sobre a estrutura a 1ª delas é uma opção; a 2ª, a 3ª e a 4ª são “sofrimentos” que irão desaparecer; a 5ª, a 6ª e a 7ª são ações, atitudes a serem tomadas; e a última conclama a perseverança. Vamos a 1ª, que pode ser entendida como: “Felizes os que escolhem ser pobres.” Pobre é aquele que, mesmo que pudesse, não se interessaria em ser rico: basta o suficiente. Em hebraico, pobre de espírito nunca poderia ser entendido como um rico desprendido. Meu professor frisou que a ambição é a raiz da injustiça, escolher ser pobre é abrir mão da ambição, é lutar contra a injustiça. Ainda, segundo Mateus o fato de escolher a pobreza anula os efeitos negativos: a carência e a dependência dos outros. A pessoa que é pobre no espírito não se sente carente, nem dependente, sente-se feliz. Deus lhe garante a felicidade. Ressalte-se que o Evangelho é qualquer coisa, menos resignação. Quem escolhe ser pobre contenta-se com o que é suficiente para si e partilha, daquilo que consegue, o que ultrapassa o necessário para viver dignamente. Não nos pede Jesus para