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Vou transcrever uma passagem do livro “Ética e Educação”, de J. M. Barros Dias, para explicar a noção de Ética, do seu objeto, a Moral, e da relação entre estes dois conceitos: “Na vida quotidiana deparamos com problemas práticos aos quais ninguém pode eximir-se. Para resolvê-los as pessoas recorrem a normas, cumprem determinados atos, formulam juízos e, por vezes, servem-se de determinados argumentos ou razões para justificar a decisão adotada ou os passos dados. Tudo isto pertence a um comportamento efetivo, tanto das pessoas como dos grupos sociais, quer no passado, quer hoje em dia. (…) Ao comportamento prático-moral, sucedeu a reflexão sobre ele. Os seres humanos não só agem moralmente (Moral efetiva), como, em simultâneo, julgam ou avaliam de uma determinada maneira estas decisões e estes atos, mas também refletem sobre o seu comportamento prático e tomam-no como objeto da sua reflexão e comportamento (Moral reflexa-Ética)”.
Tendo presente os dois conceitos, sabemos que evoluem no tempo (os nossos pais podem relatar como era a relação aluno/professor ou professor/encarregados de educação, qual o comportamento tolerado pela escola) e no espaço (convém também analisar as diferenças entre as escolas ocidentais e as dos países muçulmanos; entre as escolas públicas, as privadas e os TEIP em Portugal; ou até dentro de uma mesma escola, pois costumo lecionar a turmas CEF e há diferenças abismais entre o que é considerado ético nestas e nas chamadas turmas de ensino “normal”).
A minha primeira reação ao ver o texto facultado pela professora foi explorar o documento principal de onde foi retirado. GUINOTE, ao analisar o estatuto do aluno em 2007, justificou que havia distanciamento entre ética e educação. Assim, em consequência desta rutura, para fazer face ao crescente desrespeito que existe dentro da comunidade escolar, nomeadamente dos alunos em relação aos professores e outros funcionários e cujos incidentes têm sido