Dorival Caymmi
No ano do seu centenário, o compositor continua sendo um dos maiores representantes do jeito baiano de fazer canções
Algumas canções tem o poder de ultrapassar e influenciar gerações. As escritas por Dorival Caymmi têm esse dom e, mesmo tendo sido escritas há anos, as obras do artista continuam sendo referência quando o assunto é música popular brasileira (MPB). Assim como o escritor Jorge Amado, Dorival Caymmi é um dos maiores representantes da Bahia e da cultura popular brasileira.
Caymmi entra para a história da música nacional como principal autor de canções e obras de arte praieiras, retratando, como ninguém, o cotidiano dos pescadores, a relação entre o homem e o mar, a divindade aos orixás, o amor à Bahia e a graça das mulheres. Em 2014, 30 de abril, o cantor completaria 100 anos, se não tivesse falecido em 16 de agosto de 2008, aos 94 anos.
Um século após seu nascimento, suas obras perpetuam por gerações de brasileiros, entre compositores, cantores ou músicos da bossa nova, que reproduzem sua arte. No ano de seu centenário, a herança cultural, artística e intelectual deve ser celebrada e conhecida pelos brasileiros.
• Criação musical
O envolvimento de Dorival Caymmi com a música começou desde cedo, e foi acompanhando a paixão que seu pai expressava ao tocar violão, piano e bandolim, que o músico aprendeu a tocar violão e escreveu sua primeira canção, “O Sertão”, ainda aos 16 anos. Na juventude, ainda em Salvador, Caymmi integrou o grupo “Três e Meio”, onde venceu um concurso de sambas de Carnaval, com a música “A Bahia Também Dá”. Entretanto, o sucesso só aconteceu quando viajou para o Rio de Janeiro para cursar direito.
Com um estilo próprio e músicas emocionantes, foi convencido pelos amigos a abandonar a faculdade e seguir a carreira musical. E após participar de uma audição com Assis Chateaubriand, o magnata das telecomunicações no Brasil, Caymmi foi contratado pela Rádio