Consolidação do Conselho da igualdade racial em Teófilo Otoni: lutas e conquistas
Introdução
O trabalho a baixo descrito tem como objetivo fazer um resgate da trajetória do Movimento Negro, pontuando as conquistas e desafios encontrados nessa caminhada histórica. Após essa viagem no passado vamos discutir o reflexo do Movimento Negro na cidade de Teófilo Otoni, destacando o processo de construção do Conselho da igualdade racial na cidade.
A metodologia utilizada para a realização desse foi respaldada na realização de entrevistas com pessoas que se identificam negras e resolveram somar forças para a possível criação de um Conselho da igualdade racial. Também foi realizado um levantamento bibliográfico, além de reuniões parciais entre o grupo responsável por esse trabalho para análise e debate das questões levantadas. Destacaremos a postura assumida pelo Estado brasileiro frente à questão racial ou, ainda, frente às organizações negras ou movimentos sociais com recorte racial, em diferentes períodos da história, e, conseqüentemente, a postura propositiva dessas organizações. Abro aqui um breve parêntese para informar sobre a existência de movimentos de resistência à escravidão já no período pré-abolição, como foi o caso da quilombagem (movimento organizado e dirigido pelos escravos, resultando em insurreições, tal como a Revolta dos Malês em 1835, e na constituição dos quilombos), conforme denomina Clóvis Moura. Todos estes movimentos foram reprimidos pela força.
No pós-abolição, já no século XX, após a Revolta da Chibata em 1910, os movimentos de protesto negros emergem dos clubes recreativos e desportivos, das associações beneficentes negras, da Imprensa Negra (O Getulino; O Progresso, O Clarim da Alvorada; A Voz da Raça; Alvorada; O Novo Horizonte, entre outros), atuando na denuncia da discriminação racial e dos males por ela causados aos sujeitos negros, bem na implementação de algumas medidas para combatê-la, bem como na promoção da