Conjuração Baiana - 1798
Quase dez anos depois da Conjuração Mineira ocorreu na Bahia um novo movimento revolucionário. Conhecida como a mais popular das rebeliões colônias, a Conjuração Baiana contava com a participação de homens livres pobres, inclusive alfaiates, motivo pelo qual ficou conhecida também como Revolta dos Alfaiates.
Além de alfaiates, a maioria dos participantes eram pedreiros, sapateiros e soldados. Entre eles haviam muitos escravos.
A transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, acarretou dificuldades econômicas para a ex-capital, a cidade de Salvador, onde vivia uma população miserável, sobrecarregada de tributos que frequentemente contestava a exploração exercida pela metrópole. O sucesso da independência dos Estados Unidos, as realizações da Revolução Francesa e a rebelião escrava na Ilha de São Domingos propagaram na Bahia os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, por intermédio dos intelectuais e profissionais liberais, empolgando parte da população de Salvador.
Os conspiradores pregavam a proclamação de um governo republicano, democrático e livre de Portugal. Reivindicavam liberdade de comércio e aumentos dos soldos dos soldados. Nos pasquins, afixados em diversos pontos da cidade de Salvador, destacavam-se questões variadas, como a insonomia dos critérios de ascensão social e a liberdade de comerciar com outras nações. Além disso, denotavam a influência dos ideais revolucionários franceses, propondo a fundação de uma “República Bahiense”.
Para incitar a população a se rebelar, em 12 de agosto de 1798 apareceram em lugares públicos de Salvador panfletos pregando o levante geral do povo. Em um desses documentos, lia-se: “Animai-vos Povo bahiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos: o tempo em que todos seremos iguais”.
Mas o movimento acabou sendo descoberto pelas autoridades portuguesas, e o então governador da Bahia, D. Fernando José de Portugal