A ÉTICA NA ENFERMAGEM E SUA RELAÇÃO COM PODER E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho em si da enfermagem, pela sua própria natureza e características, comumente comporta o enfrentamento de situações de sofrimento pelos clientes, relacionadas às perdas, doença, frustração e morte, podendo constituir-se em fonte de sofrimento aos trabalhadores que o executam. A situação dos clientes de necessitarem do saber dos profissionais de saúde, comumente pode representar sofrimento, dor, dentre outros sentimentos, reforçando o premente compromisso dos profissionais de saúde, de respeito aos direitos dos clientes, da permanente necessidade de reconhecimento da sua condição humana. Porém, contraditoriamente, o trabalho da enfermagem pode ser percebido como extremamente prazeroso, quando possível de ser realizado, na dependência dos resultados obtidos e, também, por atender às necessidades que os trabalhadores da enfermagem têm de se sentirem úteis e de quererem ajudar. Nesse sentido, parece relevante destacar que "sentir-se útil" e "querer ajudar" podem constituir-se em condição necessária para atuar na área da saúde/enfermagem, porém sem ser suficiente. Já a organização do trabalho na enfermagem e na saúde, entendida como "de certo modo, a vontade do outro", pode constituir-se em fonte maior de sofrimento para os trabalhadores de enfermagem, estando relacionada ao exercício de poder dos múltiplos atores envolvidos nas instituições de saúde. Portanto, falar em poder significa falar em exercício de poder, em poder numa concepção relacional, cuja existência depende de uma multiplicidade de pontos de resistência. É relevante destacar que uma relação de poder necessita ser entendida como uma ação não sobre os outros, mas uma ação sobre a ação dos outros, sejam reais ou possíveis
LUNARDI, L, V. et al. A ética na enfermagem e sua relação com o poder e organização do trabalho. Revista latino-am Enfermagem 2007 maio-junho; 15(3).
RESUMO
INICIAÇÃO CIENTIFICA
JULIO