A ÉTICA EM NIETZSCHE E EM HOBBES: BREVE ANÁLISE
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ÉTICA EM NIETZSCHE Para Nietzsche, a ética nada mais é que a obediência aos costumes, que por sua vez define como o modo tradicional de agir e avaliar o mundo. Partindo dessa premissa, o filósofo afirma que o homem livre é “não ético”, justamente por querer depender de si, e não de uma tradição. Nietzsche transparece desconfiança em relação ao conceito de eticidade, justamente pelo fato desta se pautar em “verdades universais”, as quais rejeita. Ele afirma ainda que a tradição seria uma autoridade superior à qual se obedece não porque ordena coisas úteis às pessoas, mas simplesmente porque ordena. O filósofo criticou a obediência cega à tradição e realizou uma crítica radical também à tradição filosófica e aos valores fundamentais da civilização ocidental, crítica essa que atingiu intensamente os valores morais. Nietzsche propôs uma nova abordagem (“Genealogia da Moral”), com o estudo da formação histórica dos valores morais. Sua conclusão foi de que não existem noções absolutas de bem e mal. Para ele, as concepções morais são elaboradas pelos homens, a partir de interesses situados espaço-temporalmente (produtos histórico-culturais). O filósofo critica, dessa forma, a submissão irrefletida aos valores dominantes da sociedade cristã-burguesa.
ÉTICA EM HOBBES
A ética (ou filosofia moral) no pensamento de Hobbes tem como ponto de partida a física. Isso porque o filósofo explicou o comportamento humano natural como resultante da aplicação da teoria mecânica do movimento no homem. Nesse sentido, o pensador concluiu que o homem tende naturalmente a buscar os meios que lhe permitem continuar vivo, conjugando-se a situação em que se encontra com o seu instinto de auto-preservação. As paixões humanas seriam, portanto, meras reações mecânicas resultantes dessa necessidade com as circunstâncias em que o ser humano se encontra. Hobbes divide a filosofia em natural (que investiga obras da natureza) e filosofia civil (investiga obras da vontade