A ética em Epicuro
Quando se fala em Ética, não se pode deixar de fazer a associação à filosofia, sobretudo no seu período Clássico, na Grécia antiga dos séculos V e VI a.C. Pensa-se logo em Aristóteles, bem como em Platão. É de fato inegável a contribuição a cuja conclusão se chega com essa associação.
Entretanto, esses não foram os únicos filósofos a se preocuparem com as questões éticas. Ao contrário, toda a História da Filosofia está repleta de nomes de contribuidores diversos em graus e aspectos diferenciados da Ética. Ainda na Grécia antiga, Por exemplo, vemos Epicuro e Zenão, com suas respectivas idéias, seguidores, escolas.
Mas será que os sistemas filosóficos epicurista e estóico, no tocante à Ética, já morreram ou tiveram suas idéias meramente superadas ao longo da história, ou mesmo em nossos dias? Ou será que eles ainda têm algo a dizer ao homem hodierno e a Ética que nos propõem ainda tem algo que ver conosco? É a questionamentos como esse que a presente pesquisa se propõe a responder.
1. A ÉTICA EPICURISTA
1.1 Epicuro
Nasceu provavelmente em 341 a.C., em Atenas, e viveu por 70 anos. Filho de Néocles, foi criado em Samos. A mãe praticava a magia. Cedo se dedicou à filosofia, sendo iniciado por Nausífanes de Teo no sistema de Demócrito. Ensinou em Cólofon, Mitilene e Lâmpsaco. Transferir-se para Atenas significava um verdadeiro desafio em relação à Academia e ao Perípatos, desafio esse que enfrentou em 306 a.C., quando ali fundou sua escola.
Entretanto, essa fundação era bem diferente do que se vira até então. Abriu a sua famosa escola em Atenas, nos jardins da sua vila, que se tornaram centro das reuniões aristocráticas dos seus admiradores, discípulos e amigos. Epicuro expôs a sua doutrina num grande número de escritos, pela maior parte perdidos.
Epicuro foi pessoa fidalga e refinada, o ideal da fidalguia antiga: fazer da formosura o princípio inspirador da vida, e fruir dessa formosura na própria existência pessoal. E foi um