A ÉTICA DO DISCURSO E O AGIR COMUNICATIVO
Os modelos éticos e morais encontram-se novamente em debate pela sociedade civil. A realidade é que ocorreram diversas mudanças no campo da ética e da moral nos últimos anos. Russ (1999) pontua que muitos fatores devem ser levados em conta para compreensão destas mudanças: a falência do sentido, a reincidência das ideologias e das utopias, o triunfo do individualismo e o aparecimento de novas tecnologias. A autora argumenta que vivemos em um momento de vazio ético, onde as pessoas buscam os valores éticos, porém não possuem referências tradicionais, não sabem exatamente quais podem ser os fundamentos de uma teoria ética, logo, torna-se difícil dizer o que é certo, o que errado, o que é justo e o que é injusto. Portanto vivemos em meio ao desaparecimento dos valores éticos. A modernidade e a expansão da técnica e da ciência são fundamentais para compreensão desta crise de modelos éticos. Segundo Russ (1999) se dissolveram as ideologias, surgindo as formas contemporâneas de individualismo e o aparecimento de novas condutas. Essa nova forma de individualismo apresenta o homem que coloca a realização de seus desejos acima da disciplina, das regras. A ciência e a tecnologia geraram um forte crescimento do homem, tornado sujeito, mas também objeto de sua técnica. As morais tradicionais parecem inoperantes, as questões que surgem são inéditas, precisa-se então criar novas fundamentações éticas. É preciso criar uma macroética, assim como uma ética da responsabilidade, uma nova fundamentação capaz de lidar com as novas questões que surgem. Habermas vai ser responsável por pensar nesta “nova” ética e ele vai pensar isso a partir da comunicação, do que ele chama de agir comunicativo, através da ética do discurso. Habermas (1968) vai dizer que a racionalização crescente da sociedade está ligada ao desenvolvimento científico e técnico. A ciência e a técnica penetram nos setores institucionais, transformando as