A Ética como o limiar entre o oportunismo e a represália
Aluno: Renan Maluf de Camargo Penteado Proença
Referência: Zylbersztajn, D. Organização ética: um ensaio sobre comportamento e estrutura das organizações. Revista de Administração Contemporânea 6(2), 2002, p.123-143.
A ética é um tema muito delicado de ser discutido, porém um tema atemporal, o qual diversas gerações já discutiram e muitas ainda discutirão sobre. Nos negócios, vem sendo tratada normativamente com ênfase nas empresas privadas, prescrevendo-se os limites para as ações das organizações.
Definida como “estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto”, é analisada por muitos autores em diferentes óticas no aspecto econômico. Friedman (1962) considera que a missão social da corporação é a de realizar tanto lucro quanto for possível, em conformidade com as regras estabelecidas pela sociedade. Arrow (1974), por sua vez, considera que os conceitos de ética e moralidade não são inconsistentes com os pressupostos do auto-interesse e do comportamento maximizador neoclássico.
Porém, como analisa Friedman e sendo voltados mais ao lado de Arrow, Sen (1987) critica a economia neoclássica, dizendo que ela se distanciou da ética ao não considerar os princípios motivacionais presentes na análise de Smith baseada nos sentimentos e comportamentos; e Bianchi (1998), que concluiu ser “necessário rever o papel da racionalidade egoísta nos modelos econômicos”. Diametralmente oposto a isso e, portanto em concordância com o já citado Friedman, Demsetz, (1995) diz que “a análise econômica não faz e nem precisa fazer pressuposições acerca do comportamento ético. Depende apenas da pressuposição de maximização do lucro”.
Simon (1972b) define racionalidade limitada como o comportamento que objetiva ser racional, mas que apenas consegue sê-lo parcialmente, estabelecendo um