A Ágora moderna
Quanto às manifestações de junho de 2013, o que ficou evidente em primeiro momento foi um aglomerado de pessoas e grupos expondo suas frustrações, decepções e protestos contra o atual sistema político brasileiro, o que atribuo o motivo pelo qual o atual cenário não se pareça a nenhum ato anteriormente ocorrido em nosso país. Não houve/há uma única causa, não se questiona esse ou aquele partido político, não se reivindica uma ou outra melhoria do poder público, não se trata de dos 0,20 centavos ou dos estádios da Copa. Talvez o grande problema das manifestações fosse não a falta de “uma causa”, e sim o “excesso de causas” num cenário de completa decepção pela falência do poder público diante das diversas necessidades básicas não sanadas e os constantes atos de corrupção no sistema político brasileiro o que talvez se interprete como manifestações sem objetivos.
Quanto à mobilização e a velocidade como essa se deu, podemos sem dúvida atribuí-la às novas tecnologias, mais especificamente as redes sociais, no entanto de modo que se dá com extrema velocidade, esta se forma sem causa ou objetivo definido, talvez a velocidade das decisões ou reações na atualidade seja o grande vilão, já que essa não se organiza com critérios bem definidos, daí talvez a facilidade da infiltração de grupos como Black blocs com propósito de distorção dos atos, conduzindo-os para o vandalismo e depredações.
Como já observado acima as chamadas manifestações “sem causa” se deu pelo “excesso de causas” e talvez pelo número altíssimo de cobranças, e todas de forma simultâneas, podemos concluir a grande dificuldade em traduzi-las