A áfrica antes e depois do século xv
O continente africano caracterizava-se por ser habitado por povos com características bem diversas em relação ao europeu renascentista. Mas, conforme as relações entre esses povos se intensificaram , a partir do século XV, o que se viu, foi a ganância por poder e riquezas verificadas de ambos os lados.
Enquanto as feitorias atendiam à política mercantilista, como fornecedoras de riquezas como o ouro, o marfim e “gente” (escravos), os reis africanos também passaram a se interessar por mercadorias européias, principalmente armas de fogo, o que levou à permissão da instalação das feitorias.
A escravidão já era praticada na África, ainda que o número de pessoas escravizadas fosse pequeno e mão de obra voltada para a produção agrícola e trabalhos domésticos. Entre os séculos IX e XV, os reinos de Gana, Mali e Songhai exerceram uma dominação sobre seus vizinhos, o que levou a um aumento no número de homens escravizados.
A partir do século XV, os europeus introduziram uma nova forma de escravidão. Os indivíduos capturados eram depois comprados por mercadores africanos (corretores), que os conduziam para o litoral ocidental e ali os vendiam para os líderes dos reinos da região, que por sua vez os vendiam para os europeus. Agora esses indivíduos escravizados tornavam-se mera mercadoria. Os corretores de escravos e outras mercadorias, para negociarem com os líderes dos povos do interior, ofereciam mercadorias européias.
Os grandes mercadores europeus se instalavam no continente mediante um contrato com os reis europeus, recebendo o direito de exploração exclusiva de determinada região. Em troca deveriam garantir o controle militar e comercial dessa região. Estes obtinham lucros fabulosos na venda ou troca de mercadorias européias por escravos e outras mercadorias.
Na costa ocidental africana, onde estavam instaladas as mais importantes feitorias, os reis passaram a lutar pela hegemonia da região, a partir do século XVI.