a voz
Tal como o ADN, que é único em cada pessoa, a voz é singular em cada um de nós e elemento vital na comunicação oral. Ainda não se detectaram duas pessoas com igual voz, nem mesmo em gémeos, que apesar da igual fisionomia têm sempre vozes diferentes. A voz é um elementos de identificação que transmite a quem escuta informações várias como a possibilidade de percepcionar características fixas, ou momentâneas. Não é difícil perceber o nervosismo, a inquietude, a agressividade, a meiguice ou a ternura através dos sinais produzidos pela voz. É normal que se altere o tom da voz com determinadas pessoas ou em determinados locais no sentido de proporcionar a criação de um ambiente ou de um sentimento. Desde cedo que o Homem percebeu a importância de tão importante ferramenta. Aristóteles, Sócrates, Platão, Cícero, Jesus Cristo, Padre António Vieira, Gandhi, Obama, Mário Soares, Martin Luther King são alguns dos que souberam utilizar o potencial das suas vozes. Alguns destes casos são possíveis de se apreciar e estudar, com registos sonoros de melhor ou menor qualidade. De outros, infelizmente, nada sabemos e impossibilitam a resposta a perguntas como: Que timbre teria a voz de Aristóteles? Como falava Platão? Que eloquência terá aplicado Jesus Cristo no Sermão das Montanhas? Esta é apenas uma pequena selecção de nomes feita ao acaso de pessoas que ficaram na história, mas há mais e muitos são anónimos que não deixaram marca na história como os nomes apresentados, mas que certamente deixaram uma boa impressão junto de quem os ouviu. Não é intenção do presente trabalho confrontar a oralidade com a escrita numa esgrima de argumentos. O principal foco é a ‘a voz’, que por vezes se junta à escrita quando há a necessidade de efectuar uma leitura em voz alta de um texto, por exemplo. No entanto ao focar este tema, é impossível não reflectir em expressões como: dou-lhe a minha palavra ou palavra de honra que tentam dotar a voz de um carimbo e de uma fixação