A volência urbana e o poder paralelo
A violência no Brasil possui uma raiz intrínseca à sua história: o descaso com a população, refletido na precariedade das condições de moradia, saúde, alimentação e educação, recursos indispensáveis à formação do indivíduo. Os quais, quando banalizados, incitam, ao mundo do crime, as pessoas sem oportunidades, numa reação em cadeia que atinge proporções incontroláveis.
O país vive o maior panorama de violência de todos os tempos, no qual o crime tornou-se saída para sobrevivência, e facções criminosas tomam o lugar que o Estado negligenciou, a exemplo das favelas, onde as quadrilhas resolvem questões de famílias, empregam, introduzem capitais e organizam o cotidiano destas, formando um verdadeiro poder paralelo, como paliativo ao abandono a estes setores sociais.
O surto de violência em que vive o país é um fato previsível diante de nossas estruturas. Nossas desigualdades são gritantes e, como diriam os marxistas, os desníveis sociais, quanto maiores, culminam em uma luta de classes, que no Brasil assume uma face desordenada e sem cunho ideológico: o crime.
O combate efetivo à violência no país é uma questão bem mais profunda do que aparenta. Não bastam apenas represálias, e sim uma reestruturação de nossas bases sociais, partindo de um menor desnível entre classes, da distribuição de oportunidades para que nossa população possa viver condignamente. Poucos adiantam construções de presídios faraônicos que acabam tornando-se verdadeiros disseminadores de mais crimes, pois todo efeito pressupõe uma causa, e para sua anulação é preciso combater seu iniciante: o descaso social.
Copa de 2014
O gosto pelo futebol parece ser uma das poucas unanimidades nacionais do Brasil. As diferenças sociais, políticas e econômicas, tão marcantes no dia-a-dia do país diluem-se quando a equipe verde-amarela entra em campo e entoa o hino nacional. De alguma forma, a nação brasileira somente se vê inteira durante as Copa do Mundo de