A volta dos ciganos
(O EFEITO DAS REENCARNAÇÕES)
Surgiam os primeiros raios do sol, prometendo assim uma primavera festiva naquele pequeno povoado, província do Conde Rafael, jovem viúvo e herdeiro que gozava de todos os requintes da corte russa. Tudo prometia àquele belo dia de sol, todos queriam ser acariciados por ele. Foi então que se despertou também aquela alegria, oh meu Deus! Começo lembrar-me como se fosse hoje; lembro-me sim! Estava ali naquela pequena praça uma linda cigana, que cantava dançando em sua graça ricamente vestida. Que quadro original, pensei. Chegando-me mais para perto, pude melhor observar. Alguém está conhecendo foi me explicando: é um magnífico casal de zíngaros, aquele menino é também um pequeno zíngaro, filho deles-percebi logo, e não sei por que cada vez mais me chegava para perto daquele suntuoso quadro. E ali embevecida não reparei que já esta bem tarde para melhor atender as exigências de meu patrão, o Conde Rafael, pois eu era governanta do castelo. Senti que estava atrasada e segui para casa sem perca de tempo. Já estava eu nos meus afazeres domésticos, quando entra desesperado meu adorado patrão, trazendo em seu semblante um quadro de dor. Fui-lhe ao encontro... que te passas meu filho? (disse eu com familiaridade que tínhamos) diga, diga o que te passas meu bom menino! Oh minha boa Antera... (continuou ele) sempre foste compreensiva e sincera, diga-me o que devo fazer agora após minha triste atitude.. -Meu filho, o que fizeste? -Sim, foi horrível! Encontrei-me com uma bela cigana e a induzi a segui-me. -Oh meu Deus, como pode ser tão cruel, arranquei-a de Augusto, seu esposo e mandei que a trouxessem para aqui com o seu pequeno rebento. Oh minha querida Antera, se pudesse remediar o mal que cometi. Sim, sim deve haver uma força especial para fazer-me cometer tão, ignóbil ato diga, diga alguma coisa, minha bondosa Antera. Fiquei parada ali sem nada o que dizer, enquanto pensava mil coisa. Ora veja só como pode