A violência como mecanismo de dominação e como estratégia de sobrevivência

A violência como mecanismo de dominação e como estratégia de sobrevivência

Quando se analisa a violência nos grandes centros metropolitanos brasileiros, deve-se partir do fato que historicamente a sociedade brasileira tenha sido construída com recurso da violência, está tem sido sistematicamente negada a nível ideológico. Diferente de alguns países como Estados Unidos, onde a violência é considerada um traço nacional, no Brasil existe uma índole pacífica herdada dos portugueses, que soube promover uma mistura de raças, criando uma sociedade harmônica. Diferente da nossa história, vemos que ocorreram grandes e incruentos acontecimentos oficiais, como a Proclamação da Independência e da República, as violentas repressões aos movimentos populares como o Quilombo dos Palmares, a Cabanada, a Balaiada, Canudos, Contestado, os Muckers e a revolta da Chibata. A utilização da força gerou acontecimentos nos quais o Estado não esteve envolvido diretamente, como as guerras civis do Rio Grande do Sul, e também a vida cotidiana dos escravocratas que foi profundamente marcada pela violência. Com a criação de uma força de trabalho livre, a utilização da violência torna-se constante, durante toda a fase da República o Estado submeteu as classes dominadas a maus tratos e torturas. Na República Velha os operários eram considerados potencialmente perigosos, e seus líderes querendo organizá-los mandava-os para lugares longe do Brasil e os estrangeiros para seu país de origem. É nesse período que a questão social é considerada caso de polícia, e criam-se inúmeros mecanismos de intimidação e controle que perduram até os dias de hoje, o mais estranho é que em um país que tem consciência que não consegue oferecer emprego a toda a população na idade de trabalhar o individuo é punido por não possuir carteira de trabalho assinada, mais precisamente o Estado em vez de buscar soluções para o desemprego ele combate o desempregado. Em verdade, a violência e a tortura com que a polícia