A vida que vale a pena ser vivida- Clóvis Barros Filho.
“O dilema de escolher a própria vida é o grande motor do pensamento filosófico”, explicou Clóvis. Ele acrescentou ainda que as indagações constantes do ser humano em relação a sua felicidade se devem, principalmente, à responsabilidade que assumimos ao escolher alguns caminhos e abdicar de outros. “Diante de tantas opções, muitas vezes o homem prefere prender-se a conceitos ou filosofias que lhe garantem respostas prontas: seja a literatura de auto-ajuda, as religiões restritivas ou as ideologias políticas extremas”, analisou Clóvis.
Clóvis apresentou o que vários filósofos consagrados disseram sobre a busca da felicidade ao longo dos tempos, mas quem melhor traduz o sentido de sua palestra sobre a vida que vale a pena ser vivida é Platão. Em seu texto A República, o personagem Sócrates responde a uma pergunta sobre a receita da vida feliz da seguinte maneira: “Aquilo que você deve fazer para viver bem, eu não sei”. Clóvis explicou melhor: “A filosofia é humilde diante da vida, não há como garantir felicidade eterna nem padronizada para todas as pessoas”.
O filósofo falou sobre o conceito de eudaimonia, tido pelos gregos por algum tempo como a melhor aproximação da felicidade. Segundo eles, os momentos eudaimonicos são os que se encerram em si mesmos, são fonte de prazer imediata. “Mas essa visão foi desconsiderada à medida que se via que essa visão, levada à prática, é a