A vida política, paradoxos da política, capítulo 7 , marilena chaui
Capítulo 7
A vida política
Paradoxos da política
Não é raro ouvirmos dizer que “lugar de estudante é na sala de aula e não na rua,
“Fazendo passeata” ou “estudante estuda, não faz política”. Mas também ouvimos
O contrário, quando alguém diz que “os estudantes estão alienados”, não se
“Interessam por política”. No primeiro caso, considera-se a política uma atividade
Própria de certas pessoas encarregadas de fazê -La – os políticos profissionais -,
Enquanto no segundo caso, considera-se a política um interesse e mesmo uma.
Obrigação de todos. Assim, um primeiro paradoxo da política faz aqui sua.
Aparição: é ela uma atividade específica de alguns profissionais da sociedade ou
Concerne a todos nós, porque vivemos em sociedade?
Como se observa, usamos a palavra política ora para significar uma atividade.
Específica – o governo -, realizada por certo tipo de profissional – o político -,
Ora para significar uma ação coletiva – o movimento estudantil nas ruas – de
Reivindicação de alguma coisa, feita por membros da sociedade e dirigida aos.
Governos ou ao Estado. Afinal, a política é uma profissão entre outras ou é uma.
Ação que todos os indivíduos realizam quando se relacionam com o poder? A
Política se refere às atividades de governo ou a toda ação social que tenha como
Alvo ou como interlocutor o governo ou o Estado?
No entanto, podemos usar a palavra política ainda noutro sentido.
De fato, frequentemente, encontramos expressões como “política universitária”,
“política da escola”, “política do hospital”, “política da empresa”, “política.
“Sindical”. Nesse conjunto de expressões, já não encontramos a referência ao
Governo nem as profissionais da política. “Política universitária” e “política da
“Escola” refere-se à maneira como uma instituição de ensino (pública ou
(Privada) define sua direção e o modo de participação ou não de professores e
Estudantes em sua gestão, ao modo como os