A vida plugada
Randi Zuckerberg acredita que é importante termos uma vida mais equilíbrio entre a vida dentro e fora da internet. É um exemplo de a mídia permitir que debatamos as conclusões, mas, ao mesmo tempo, nos forçando a aceitar a forma do argumento de que o
“equilíbrio é o que se deseja”. Ela substituiu os temos
“plug/unplug balance” para os termos “work/home balance”. Consequentemente, quando Randi ou alguém te diz as desvantagens sobre estar “plugado” demais, quase sempre culpam os e-mails/mensagens incessantes do trabalho, como se essas coisas que pagam o seu jantar fossem as coisas que te distraem do seu jantar. Email é algo que é responsabilizado de forma conveniente não por que “o espaço familiar deve ser protegido”, mas sim por que nos leva a não questionar o que houve de errado com nossa “vida familiar” que jamais poderia ser substituída por e-mails/mensagens do trabalho. O evitar deste questionamento é duvidoso, isto é: de propósito.
Até certo ponto, a “vida familiar” se tornou mais estressante do que a “vida no trabalho”, com o termo
“estressante” podendo tanto ser definido como dramático quanto entediante demais. Parte da razão de o trabalho e vida familiar em detrimento dos nossos desejos estarem misturados se deve ao quanto fomos condicionados a aspirar uma vida “adulta”. Em qualquer show de TV o drama das tentativas de proteção entre as vidas “pessoal” e “do trabalho” do protagonista – com agentes da CIA defendendo suas famílias, médicos apaixonados, etc. Enquanto não pensamos sequer se queremos esta proteção, os programas reforçaram a falsa psicologia de que somos os mesmos o tempo todo,
em todos os lugares, e, no plano de fundo do mundo, vemos e aceitamos. O ponto principal não é se esta
“proteção” é benéfica ou não. Isto não evidencia nem de longe nossas aspirações. A estrutura dessas representações evidencia a fantasia narcisista fundamental básica: uma identidade fixa e clara, vista por uma audiência