A vida nas alturas* (O ar rarefeito)
A respiração nos seres humanos é regulada principalmente pelo CO2, em vez do O2, porque ao nível do mar a concentração de O2 nos pulmões é muito maior que o necessário, mesmo que a respiração se reduza substancialmente.
A primeira coisa que percebemos ao chegar a uma altitude elevada é que respiramos mais depressa. Essa intensificação da respiração é uma resposta imediata e importante à redução da pressão parcial do O2 no ar, e permite que mais O2 seja liberado para os tecidos. Essa alteração é causada por quimiorreceptores (os corpos carótidos) localizados nas artérias carótidas, que detectam o nível reduzido de O2 no sangue e enviam sinais ao centro respiratório no cérebro para a intensificação da respiração.
A intensificação inicial da respiração nunca é muito grande não vai além de 1,65 vezes mais que no nível do mar, mesmo para altitudes de até 6.000m. Isso se dá porque a hiperventilação dos pulmões não só aumenta a absorção de O2 como faz com que mais CO2 seja expelido.
O CO2 é um poderoso regulador da respiração (atua sobre um conjunto diferente de quimiorreceptores , encontrados no cérebro) e se sua concentração no sangue cai, a respiração é inibida. A razão pela qual você deixa de ser capaz de conter o fôlego não é a demanda de O2, mas sim a crescente concentração de CO2 no sangue. Quando essa concentração atinge um nível crítico, ela estimula a inspiração. A hiperventilação antes de prender o ar faz o corpo expelir uma quantidade maior de CO2 e permite que um período maior transcorra antes que ele se acumule em nível suficiente para estimular a respiração. Os impulsos antagônicos gerados pelo O2 e o CO2 explicam por que a respiração não sofre nenhuma mudança em altitudes menores que 3.000m.
A passagem da respiração controlada pelo O2 para aquela controlada pelo CO2 nem sempre é suave e pode resultar em vibrações, principalmente durante o sono. A explicação desse padrão peculiar é que o índice maior de