A vida de laboratório - resenha de uma parte
Quando os de dentro saem – Parte A
“Quando os de dentro saem” é o nome dado ao quarto capitulo do livro: Vida de Laboratório: a produção em fatos científicos, que tem como autor Bruno Latour e Steve Woolgar.
Ao contrário do ultimo capitulo analisado, “Visita de um antropólogo ao laboratório”, em que se explorou toda a arquitetura, o funcionamento e o dinamismo existente entre as diferentes partes constituintes de um laboratório ciêntifico, Latour inicia o quarto capitulo do seu livro propondo estudar e analisar mais de perto o cientista “seguindo-os como sombras em seu trabalho de fazer ciência”. O autor propõe que estudar o cientista em si não seja uma atividade tão fácil propondo questões fundamentais sobre o seu papel dentro do laboratório e o seu papel visto fora do laboratório. Por que existe tanto destaque aos cientistas se na ciência supostamente os “fatos são construídos coletivamente”? Por que os cientistas são os porta-vozes? Os cientistas são porta-vozes de quem? Já que os fatos são produzidos coletivamente, quem são as outras pessoas que trabalham?
Latour inicia a sua busca pelo entendimento da figura do cientista no momento em que a profissão do mesmo ainda não existia. O Autor apresenta Charles Lyell, estudante de Oxford que teria como principal objetivo estudar a “História da Terra”. A matéria geologia e a profissão geólogo nessa época (1920) ainda não existia e a “História da Terra” se referia apenas ao estudo da teologia, da biblia, da paleontologia e outras matérias técnicas. O estudo do planeta terra e do tempo geológico não passava, portanto, de fatos estipulados e divulgados pela religiosos da época sem embasamentos científicos e experimentais.
Lyell, entretanto, queria iniciar algo diferente: criar novos e sólidos fatos sobra a história da terra. Para realizar esse objetivo o mesmo precisaria reunir um grupo de pessoas que estaria em caminhos diferentes. Nesse momento passa-se a discutir