A vida de hans kelsen
Judeu, Hans Kelsen, foi perseguido pelo nazismo e emigrou para os Estados Unidos, onde viveu até seus últimos dias e onde exerceu o magistério na Universidade de Berkeley, vindo a falecer nesta mesma cidade californiana.
A perseguição intelectual sofrida pelo jurista não foi restrita dos adeptos do fascismo. Também sofreu severas críticas, todas com fundo ideológico, daqueles militantes da doutrina comunista. Vê-se, pois, que o pensamento de Kelsen não fazia unanimidade. Apesar disso, os princípios que fundaram seu raciocínio jurídico-científico prevaleceram e hoje são respeitados e amplamente acatados, servindo de base para muitas das instituições jurídicas que sustentam o dogmatismo jurídico ideal.
Em 2011, foi lançada a versão em língua portuguesa da "Autobiografia de Hans Kelsen", traduzida diretamente do alemão por Gabriel Nogueira Dias e José Ignácio Coelho Mendes Neto, com estudo introdutório de José Antonio Dias Toffoli e Otavio Luiz Rodrigues Junior.
A “Autobiografia” narra as origens de Hans Kelsen, nascido em Praga, no final do século XIX, em uma família judaica do leste do Império Austro-Húngaro, que migrou para Viena, com o objetivo de melhorar suas condições de vida. Kelsen foi um aluno sem maior brilho da Faculdade de Direito da Universidade de Viena. Em 1905, Kelsen teve que se converter ao catolicismo, pois o antissemitismo tomava conta da Universidade de Viena. Obteve seu doutorado no ano seguinte. Em 1908, conseguiu uma bolsa de estudos e foi para Heidelberg (Alemanha), onde passou a se dedicar à elaboração de seu livro Principais Problemas da Teoria Geral do