A Vida Como Ela É

ANÁLISE DA OBRA “A VIDA COMO ELA É...”

Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 1912, e mudou-se para o Rio de Janeiro ainda pequeno, de onde tira inspiração para a construção de seus personagens futuramente.
Nelson inicia sua carreira jornalística com 13 anos, obtendo bastante destaque com seus textos sobre futebol e com suas crônicas, especialmente da coluna “A vida como ela é...”.
Além do jornalismo, o autor se dedicou bastante ao teatro, escrevendo e dirigindo diversas peças.
Em 1980, no Rio de Janeiro, Nelson Rodrigues morre, em virtude de complicações respiratórias e cardíacas.
O livro “A vida como ela é...” trata-se de uma compilação das crônicas escritas para o jornal Última Hora, no período de 1951 a 1961. Samuel Wainer, o dono deste jornal, queria a publicação de histórias que retratassem a realidade, porém com alguns aspectos ficcionais. Por este motivo, o autor se configura como realista, ou seja, adepto do Realismo.
Com efeito, a obra aborda elementos da “vida real”, como adultério, relações sexuais, promiscuidade, obsessão, ciúme, inveja, conflitos existenciais e morais, entre outros.
A capa do livro “A vida como ela é...” da editora Saraiva apresenta uma caricatura de Nelson Rodrigues, o que não permite a inferência do conteúdo da obra.
Uma das crônicas que apresentam alguns dos elementos realistas supracitados é a “Despeito”.

Trata-se de uma mulher, Marlene, cujo marido, Rafael, era ciumento, violento e extremamente conservador. Rafael constantemente advertia Marlene a respeito da fidelidade: afirmava que, caso a mulher o traísse, a mataria ou mataria o amante. Contudo, as atitudes da esposa não justificavam o comportamento de seu marido, uma vez que ela era, de fato, fiel.
Entretanto, em um dia, uma amiga de Marlene cogita a possibilidade de esta trair Rafael, argumentando que não é possível uma mulher gostar de um mesmo homem por mais de dois anos. Tal discussão (a princípio, rejeitada por Marlene) leva a mulher a