A vergonha da saúde
É bem sabido, ou ao menos deveria ser, que a saúde é um direito de todos, resguardado pela Constituição Federal, em seu artigo 196, e que é dever do Estado garanti-la por meio de políticas sociais e econômicas. E também, através da Lei 8080/90 podemos constatar que a ” A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. ”
Teoricamente estamos bem providos de textos e leis que protegem o ser humano, que resguardam seu direito de ter tratamento digno, remédios, acompanhamento médico, atendimento humano. Teoricamente. Na prática temos dados assustadores, vergonhosos, que violam um direito fundamental do cidadão.
É revoltante ver, por exemplo, uma cidade como São José dos Campos, com uma das maiores arrecadações do Estado de São Paulo não possuir médicos cirurgiões em sua rede pública, passando a administração para Organizações Sociais que não conseguem suprir a necessidade dos munícipes. É revoltante saber que existe uma fila com aproximadamente 5 anos de espera para se realizar uma cirurgia ortopédica de média complexidade e que 100% das cirurgias receitadas pelos únicos 3 ortopedistas existentes na rede pública joseense, não são realizadas dentro desse período. São dados assustadores.
Vemos o Brasil como um país em constante crescimento econômico; com diminuição de juros, redução de IPI, aumento significativo de jovens ingressando na faculdade e muitos brasileiros saindo da linha de extrema pobreza. Isso é maravilhoso, não se pode negar. Mérito do governo.
Mas é vergonhoso pensar que em meio a tantos progressos ainda temos uma parcela imensa da população que não tem condições básicas pra viver. Que não possuem oportunidade e tratamento dignos de qualquer ser humano como saneamento básico, atendimento médico descente, acesso a remédios, cirurgias, e tratamento adequado às doenças.
Não se pode trocar saúde pública por IPI reduzido. Não se pode trocar a dignidade de