A UTILIDADE DA PESQUISA PARA O SERVIÇO SOCIAL
Potyara A. P. Pereira1
RESUMO
Este artigo trata da utilidade da pesquisa para o Serviço Social e da importância de torná-la uma atividade integral e intrínseca à profissão. Critica a persistência da dicotomia entre teoria e prática nos meios profissionais e a tradicional redução do Serviço Social a um conjunto de técnicas. Ao mesmo tempo em que aponta dificuldades de aplicação da pesquisa no dia-a-dia do assistente social, reconhece a existência de avanços investigativos na profissão e exorta os profissionais a encararem a pesquisa como uma necessidade científica e não um luxo intelectual.
PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa; Serviço Social; Ciência.
INTRODUÇÃO
No Serviço Social existem questões que apesar de antigas e recorrentemente discutidas, ainda estão na ordem do dia exigindo reflexões. Uma delas é a questão da utilidade da pesquisa para a profissão e a possibilidade de torná-la uma atividade de uso corrente e sistemático no trabalho do assistente social.
Com efeito, por mais que tenhamos progredido no entendimento de que não há nenhum sentido em separar teoria de empiria, assim como academia de prática profissional, de vez em quando somos surpreendidos com argumentos que reafirmam essas inconcebíveis dicotomias, seguidos da automática e exclusiva identificação da pesquisa com a teoria e com a academia.
Esta é uma questão de peso – pela sua recorrência e disseminação entre a categoria – a ser decisivamente enfrentada pelos assistentes sociais e confrontada com o
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Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB) e Coordenadora do
Núcleo de Estudos e Pesquisas em Política Social (NEPPOS), do Centro de Estudos Avançados
Multidisciplinares (CEAM) da UnB.
Serviço Social & Saúde
Campinas
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n. 4
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Maio 2005
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seguinte suposto básico: de que a pesquisa longe de ser um luxo intelectual é uma necessidade de realização conseqüente da