A URGÊNCIA DO PENSAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À PROSTITUIÇÃO E SUA PRÁTICA
A URGÊNCIA DO PENSAR SOBRE AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À PROSTITUIÇÃO E SUA PRÁTICA
Yanaê Meinhardt
Santa Cruz do Sul
2013
“Aqui não dá pra se viver. Perdi um amigo matado a tiros, vi uma mulher se matar a tiros, vi mulher se jogar debaixo de um carro... A zona leva a mulher a um desespero muito grande, a uma amargura muito profunda. Se não tem o apoio de ninguém, a mulher é levada ao desespero, à loucura, a fazer muita coisa errada (matar, roubar, fugir) que não dá sossego para o resto da vida.
Aqui não tem com quem desabafar, com quem falar. Não temos apoio de ninguém, somos perseguidas pela policia, pelos homens, por todos, principalmente pela sociedade que nos agride e nos machuca. A mesma sociedade que joga a gente nessa vida, vira as costas e condena.”
Depoimento anônimo de uma das muitas Madalenas presentes na obra de Pires (1983, p. 41) “O grito de milhões de escravas”.
“Ninguém nasce prostituta:
Torna-se prostituta”.
J.P. Barruel de Lagenest (apud PIRES, 1983, p.17)
A urgência do pensar sobre as políticas públicas voltadas à prostituição e sua prática
Este trabalho pretende esboçar brevemente a situação atual, e as políticas públicas para com a tal, de um fenômeno social que ocorre desde a Grécia antiga: a prostituição. Ao contrário do que se possa pensar sobre a prostituição como um problema atual, ela sempre esteve presente na sociedade e com ela passou por diferentes mudanças, porém o que apenas podemos atribuir ao presente é a condição marginal da prostituição.
Retornando ao CEMAS: Flores da noite Em abril de 2013, eu havia realizado uma visita ao CEMAS de Santa Cruz do Sul, para conhecer este serviço público e como ele atua para com a população. Ao conhecer os diferentes atendimentos realizados, dentre eles a prevenção, tratamento e diagnóstico de DST’s, a partir de qualquer idade, um deles me chamou a atenção: o