A unidade da Igreja
Através do credo niceno – constantinopolitano pode-se perceber que os cristãos dos primeiros séculos proclamavam que a unidade é algo intrínseco à Igreja e querida por Cristo.Na época do movimento de Reforma do século XVI, a unidade juntamente com as outras características da Igreja servia como propósito apologético de demonstrar que a Igreja católica era autêntica diante da divisão das outras comunidades cristãs.
Jesus Cristo mostrou sua vontade pela unidade não somente por palavras, mas também por gestos. Por exemplo, podemos citar que a existência de um grupo de Doze em torno de Cristo é testemunhada nos quatro Evangelhos. Os Doze não surgiram por vontade própria, mas pela escolha do próprio Cristo.São, pois iniciadores de uma nova era, de um novo povo escolhido. Jesus inicia, com eles, um novo Israel. Por isso, em lugar de “restaurar Israel” no sentido político que o judaísmo esperava, Jesus envia os Doze em seu lugar “até os confins da terra” até o “ fim dos séculos”. A existência do grupo dos Doze e a sua missão se apresentam, assim, como o fundamento da unidade já não só dos descendentes de Abraão segundo o sangue, mas de todos os homens dispersos sobre a face da terra.
Outro exemplo é quando o Cristo celebra a instituição de uma nova aliança, pela imolação de sua vida, mas essa nova aliança é também a aliança definitiva que, conforme as profecias messiânicas, deveria unificar a” casa de Israel e a casa de Judá”. E por isso que o sacrifício da Nova aliança aponta para a unidade da Igreja, o novo povo de Deus.E é por isso que os que primeiros são chamados a participar desse sacrifício são precisamente os Doze, que como seu número simbólico também significam a unidade desse novo povo. Tanto no livro do profeta Jeremias quanto do profeta Ezequiel, a salvação aparece como uma dimensão comunitária, onde não se trata só de reconduzir cada uma das ovelhas, mas de recompor o rebanho de Javé. É a luz desses textos proféticos