A TRINCHEIRA QUE NÃO SE RENDEU
Acaso pensais que podeis golpear uma mãe atacando covardemente seus filhos?
Pensastes corretamente. Entretanto, o que não imagináveis é que uma mãe, mesmo ferida, combalida pelo golpe lancinante no âmago de seu peito reúne forças, depositadas sabe Deus onde, e parte em defesa de seu amado filho.
Dotada de uma gana, de uma garra e dessa força que só a mulher tem, fenômeno inexplicável no reino da razão, onde habita o medo, mas, explicável no mundo dos instintos , onde habitam sentimentos como sobrevivência e perpetuação da espécie, essa agonizante criatura vai à luta.
Ao sentir-se golpeada por celerados sedentos de sangue que ceifam a vida de seus amados filhos, essa humilde senhora, cuja única aspiração é SERVIR E
PROTEGER, não pode se dar à possibilidade do quietismo e da inação ao ver sua criação ser dizimada.
Na longevidade de seus 175 anos muito bem vividos, respira fundo, abandona o sentimento de vingança, reúne os filhos mais velhos e expõe o grave risco que está ameaçando toda a prole. Pesadas baixas são infligidas a toda a família.
A situação não permite que o tempo se desfaça pelos dedos. Corpos caem.
Estampidos são sentidos na calada da noite e friamente ouve-se a queda surda de uma vida. Jovens sonhadores como crianças fenecem na infinita busca do ideal.
Interrompe-se abruptamente o sonho de criança embalado em intermináveis horas de vigília sob o zelo de tão estimada senhora que agora, atônita, busca forças nos próprios filhos para salvá-los da procela cheia de furor. Por isso, semelhante a uma velha mãe agonizante lendo seu testamento, passa a cada um dos filhos presentes a orientação de como enfrentar as dificuldades que se avolumam.
Reunidos em família, permeados por sentimentos humanos, aqueles invencíveis próceres sentem o peso da responsabilidade e decidem empreender ações para que mais nenhum dos seus seja vitimado por tão nefastos algozes. A certeza é de que jamais podem esquecer-se de