A tribo dos metaleiros no âmbito da sala de aula do ensino médio.
Ensaio etnográfico
Professor Arnoldo A. Romano
Introdução
Com o avanço da globalização, poderia se pensar que as diferenças regionais seriam minimizadas e em consequência disto à identidade nacional ou étnica desapareceria. Entretanto, o que acontece é uma proliferação de manifestações enfatizando a diversidade ao invés da unidade, ou seja, por dentro da identidade nacional persiste um sentimento de identidade cultural transversal perpassando o processo de globalização. O desenvolvimento tecnológico de fins do século passado promoveu uma mudança no enfoque da sociedade, que em reação a uma exacerbada mercantilização substituiu o individualismo pela necessidade de identificação com um grupo, que nucleie os indivíduos a partir de interesses em comum. Um pouco para se proteger da banalização do mercado, outro para se fortalecer no conjunto. O sociólogo francês Michel Maffesoli, no seu livro “O tempo das tribos” de 1988 ressalta e caracteriza o fenômeno cunhando a expressão tribo urbana para tais agrupamentos. As tribos urbanas apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos, estilos musicais e formas de se vestir muito diversas entre si, no entanto, não tem projetos ou objetivos específicos, só “o aqui e agora” fundamentando um “sentimento de pertença”, um “fazer parte de” que reforça uma nova relação com o ambiente social. Como exemplo se podem citar: Skindheads, Punks, Mauricinhos, Emos, Góticos, Hippies, Surfistas, etc.
Como professor de Filosofia e Sociologia de uma escola de ensino médio tenho o privilegio de observar os relacionamentos entre os microgrupos que se produzem na sala de aula. Porem, nesta observação participante, o trabalho foi desenvolvido com a tribo dos metaleiros que cursam o ensino médio em uma escola da cidade de Novo Hamburgo, cujos alunos alvos da investigação fazem parte de turmas diferentes dentro do âmbito escolar, porem fazem parte da mesma tribo de