A transição do profissional ativo para aposentadoria
Durante muito tempo falar de aposentadoria era fazer com que o indivíduo se projetasse para uma posição de mero espectador da sociedade, estar “inativo”, o que acabava afetando a autoestima do mesmo. O trabalho é a principal atividade do homem, significa ser alguém no mundo, fazer diferença, participar das trocas sociais.
Se analisarmos veremos que no sistema capitalista o cotidiano de um indivíduo gira em torno do trabalho, que por sua vez é o responsável por distribuir os papéis dentro da sociedade e estabelecer o roteiro da maior parte da vida de um cidadão, pois esta gira em torno dele. A partir do momento que este cidadão rompe com esta rotina a sensação que ele tem é a de que o chão desapareceu sob seus pés.
Em alguns casos provavelmente essa transição poderá desencadear reações depressivas ou doenças cardiovasculares. A depressão seria a somatização de todas as reações intrínsecas e extrínsecas, vivenciadas pelo sujeito nesse momento de adaptação a nova situação.
Essa vivência possivelmente acarretará ansiedade e falta de equilíbrio, pois o indivíduo torna-se uma pessoa ociosa e sem objetivos, além de sentir uma mudança no seu status social, isso tudo leva a uma mudança de hábitos que prejudica ainda mais a saúde dos mesmos.
Ao se aposentar o indivíduo também acaba passando por situações de stress, diferentes daquelas da vida profissional, mas que também afetam a vida afetiva do aposentado. Tudo está relacionado ao vínculo criado entre sua vida social e sua vida profissional, quando maior este vínculo maior será a consequência sofrida, daí a importância de haver um equilíbrio entre as duas. A aposentadoria deve ser planejada durante toda vida profissional de uma pessoa e não apenas as vésperas.
A preparação para a aposentadoria deve fazer parte de um projeto de vida do indivíduo, seja ela compulsória ou voluntária, é importante reconhecer a necessidade de cada caso, sempre objetivando a