A transformação do estado brasileiro: centralização e descentralização.
O longo período de colônia (1500 a 1822) deixou marcas profundas na cultura brasileira. O processo de independência veio muito mais como vontade das elites descontentes com a metrópole, do que da vontade do conjunto da população; diferente, por exemplo, do que ocorreu com os EUA, em que a população toma parte, de forma ativa, no processo de independização.
Com o período do Império (1822 a 1889) a situação também não muda em relação ao envolvimento da população com as questões políticas. Nem mesmo o advento da República (1889) ocorreu devido às pressões de uma população em luta por melhores condições de vida e sim, como se costuma dizer, por um golpe arquitetado na caserna, haja vista que os militares encontravam-se descontentes com o espaço que ocupavam na vida política e, desta forma, envolveram-se e tiveram uma participação ativa na criação da República, porém, a população manteve-se distante das questões que diziam respeito ao destino do país.
Esta situação de participação de apenas uma elite na vida política nacional só irá se alterar a partir da década de 1920 e culminará na, assim chamada, revolução de 1930 com a ascensão de Vargas ao poder, pondo fim ao período denominado de Primeira República e principiando a chamada Segunda República, que irá até 1964 quando os militares tomam o poder em um golpe, findando com o pouco de democracia que havia sido conquistada pela população até então. Com este golpe tem início o período mais difícil da vida política nacional que somente encerrará, de fato, com o processo constituinte e a promulgação da constituição democrática de 1988.
Após a constituição de 1988, podemos dizer que temos a possibilidade de viabilizar uma democracia substantiva no Brasil, a partir da existência de
uma constituição democrática; de um parlamento em pleno funcionamento; de um sistema de partidos relativamente estruturados; de uma