A trajetória do serviço social frente à política de assistência social: mudanças e desafios
As políticas sociais no Brasil tiveram o seu início, a partir das mudanças ocorridas na economia do país, as quais ocasionaram desemprego em massa, levando o Estado a utilizar de estratégias com ações para conter a classe trabalhadora, sendo o Serviço Social requisitado para atuar junto às políticas voltadas para o atendimento desta classe. As primeiras escolas de Serviço Social ficaram sob a responsabilidade da Igreja e, desse modo, essa profissão tinha um cunho vocacional, além de possuir forte influência americana por causa do contexto econômico capitalista que se expandia na época pelo mundo, principalmente nos Estados Unidos. No Brasil, a partir da promulgação da Constituição Federal em 1988, os direitos sociais foram garantidos a todos os cidadãos, sendo assim, as políticas sociais passaram a ser consideradas públicas e de responsabilidade do Estado. A partir da época desenvolvimentista, o Serviço Social começou a se preocupar com uma metodologia própria, com objetivos e conteúdos necessários para a formação profissional, resultando numa crise ideológica em muitas escolas de Serviço Social. Concebendo-se ainda que, ao longo da jornada da profissão, houve momentos de reconceituação, de busca de ruptura e de estabelecimento de compromisso com a classe trabalhadora, aliados à negação de uma prática assistencialista. A atual pesquisa busca analisar o desenvolvimento dessa trajetória para compreender as mudanças ocorridas na profissão e os desafios encarados pelos profissionais de Serviço Social no enfrentamento a políticas sociais com características assistencialistas, desenvolvidas pelo Estado até a atualidade. Analisando o contexto histórico em que se institucionalizou o Serviço Social como profissão no Brasil, resultado do movimento social desenvolvido pela Igreja com o intuito de recristianizar a sociedade, alia-se a sua cooptação pelo Estado, que buscava conter as massas trabalhadoras exploradas pelo capital,