A tradição anglo-saxônica nos estudos organizacionais brasileiros
Suzana Braga Rodrigues; Alexandre de Pádua Carrieri
RESUMO
Este artigo analisa a evolução dos estudos organizacionais no Brasil, os temas eleitos como relevantes e a sua predominância no contexto da área de administração. Para tanto examinam-se os temas mais freqüentes nos periódicos da área e a importância relativa da literatura estrangeira nos artigos publicados. Neste sentido este trabalho tem por objetivo apenas apresentar um retrato do campo, sugerir pontos para reflexão dos seus atores e, portanto, servir de estímulo a investigações futuras mais aprofundadas.
Palavras-chaves: estudos organizacionais; gerência; tradição anglo-saxônica.
ABSTRACT
This paper analyses the evolution of the organizational studies in Brazil, the themes elected as relevant and its predominance in the context of the administration area. For that, the most frequent themes are examined in the area's journals and the foreign literature's relative importance in the published papers. In this way this work has as a goal presenting a field's picture, suggesting points for its actors' reflection and, therefore, serving as an encouragement for deeper future investigations.
Key words: organizational studies; administration; anglo-saxon tradition.
INTRODUÇÃO
A diversidade e a fragmentação nos estudos organizacionais têm levado a várias discussões e polêmicas sobre a identidade da área. Por exemplo, algumas discussões mais recentes levantaram algumas limitações importantes, que caracterizam as investigações neste campo (Chanlat, 1994; Whitley, 1995; Clegg e Hardy, 1996). Esses autores apontam não só as principais deficiências contextuais e históricas no processo de evolução dos estudos organizacionais como uma disciplina independente, mas também questionam a posição hegemônica desfrutada até então pelas teorias anglo-saxônicas e a adoção de modelos universais para