a tirania das minorias
As transações de mercado são voluntárias: qualquer lado pode desistir da negociação se não gostar dos termos oferecidos. Mas a política tem que ser coerciva: quando a decisão coletiva é tomada, todos devem cumpri-la, mesmo se estiverem insatisfeitos com ela. E se alguém tentar escapar do acordo coletivo – não pagando seus impostos, por exemplo – o estado usa sua autoridade para forçá-lo. A força e a ameaça de força nunca são desejáveis, mesmo se a causa for justa. Mas uma característica ainda mais perturbadora da regra da maioria é a possibilidade de que a maioria possa usar seu poder para coagir a minoria de forma bastante injusta, impondo-a altos impostos ou extinguindo suas liberdades – tudo garantido pelo poder estatal. Na verdade, as coisas são ainda mais perturbadoras do que esse problema de ‘ovelha e dois lobos’. Sob o voto da maioria, não apenas a maioria pode explorar a minoria: é até mesmo possível que minorias pequenas e organizadas juntem-se e imponham seus desejos na maioria mais vasta e desorganizada. E esse exemplo é especialmente verdadeiro na eleição de representantes para o poder legislativo.
Interesses concentrados e Interesses difusos
Há muito tempo tem sido óbvio que grupos de interesse campanham vigorosamente em busca de seus próprios interesses. Mas Mancur Olson e William H. Riker foram capazes de estudar esse fenômeno em muito mais detalhes ao aplicar os princípios da Economia da Escolha Pública. Novamente, a Escolha Pública assume que os membros de tais grupos – produtores de tomate ou companhias de ópera, digamos – irão buscar proteger e promover seus interesses comuns. De fato, como Olson percebeu, eles têm um forte incentivo para se organizar politicamente. Em primeiro lugar, eles têm muito a ganhar (ou perder) quando decisões coletivas são tomadas a favor (ou contra) eles. E porque eles são pequenos e homogêneos, é relativamente fácil para eles se organizarem. O contrário é verdadeiro para grupos grandes,