“A Terra dos Brasis: A natureza da América portuguesa vista pelos primeiros jesuítas (1549-1596)”
“A Terra dos Brasis: A natureza da América portuguesa vista pelos primeiros jesuítas (1549-1596)” /– São Paulo: Annablume: janeiro de 2001. 274p, do Historiador Paulo de Assunção, traz um panorama do contexto histórico em que se deu a criação da Companhia de Jesus, bem como a sua chegada as terras brasileiras. Na primeira parte, mostra como o pensamento cristão medieval influenciava a sociedade, com idéias de um criacionismo autoritário por parte de um ser supremo; que relegava ao homem o poder sobre o mundo natural. A natureza que para o cristianismo dos tempos das descobertas marítimas, aparece num patamar semelhante às escrituras bíblicas, como paraíso terreno. Na tentativa de reafirmar a fé, a Igreja associa deliberadamente as novas terras ao paraíso do gênese. A difusão da imagem de um paraíso na terra estava disseminada pelo corpo social. O livro mostra também a luta interna da Igreja para reagir aos ataques do protestantismo que avançava sobre o pensamento europeu; como os movimentos populares de revolta contra o clero evidenciavam problemas agudos na estrutura social vigente, e o combate da Sé Católica para rechaçar todas as crenças que questionassem os dogmas cristãos. A obra mostra o florescimento da Companhia de Jesus dentro do processo de reformulação religiosa dentro do cristianismo, e como a mesma se tornara um dos melhores sustentáculos da Igreja. Perpassando também pelo advento da Companhia pelos sete companheiros em Paris que inicialmente queriam converter mulçumanos na Terra Santa, os maiores pecadores daqueles idos, mas que viram sua missão ampliar-se para outros lugares do mundo conhecido e também do desconhecido. Através dos votos de pobreza, castidade e obediência esse grupo visava fortalecer sua determinação de levar a palavra cristã a todas as partes, pondo-se à disposição do Sumo Pontífice. A partir daí os jesuítas