A Teoria Gestalt e a Dinâmica de Grupos
A teoria da Gestalt surgiu em princípios do século XX como uma reação ao ''atomismo'' então vigente nas ciências em geral. A palavra Gestalt, de origem germânica e intraduzível em outros idiomas, significa o modo como os elementos (partes) estão agrupados juntos. Suas origens estão nos estudos sobre o fenômeno da percepção, particularmente na descrição do fenômeno Phi. O chamado ''fenômeno Phi'' consiste na ilusão visual na qual objetos estáticos, mostrados em rápida sucessão parecem estar em movimento por ultrapassarem o limiar da visão humana de poder percebê-los isoladamente. A teoria da Gestalt, apoiada na observação fenomenológica, sustentava a possibilidade de convalidar experimentos psicológicos até então desconsiderados como via de acesso ao estudo científico da vida mental. Foram, portanto, seus adeptos os precursores da tendência contemporânea a incluir o observador na descrição do fenômeno observado, dentro do princípio, hoje universalmente aceito e sustentado pela teoria da relatividade, que não há objetividade pura na aproximação científica de qualquer fato. A expressão '' dinâmica de grupo'' apareceu pela primeira vez em um artigo de 1944, no qual seu fundador Lewin estuda as relações entre teoria e prática em psicologia social. No ano seguinte, fundou, a convite do prestigiado MIT, um centro de pesquisas em dinâmica de grupos. Nesse local, realizou a maior parte de suas pesquisas e sua experimentação com grupos. Influenciado por esse ambiente constituído em sua maior parte por engenheiros, Lewin formulou a noção de dinâmica de grupo como uma ''engenharia social'', o que o levou posteriormente a muito se arrepende dessa analogia que serviu para que interpretassem a dinâmica de grupo como uma técnica de manipulação dos grupos. Para Lewin, os fenômenos grupais só se tornam inteligíveis ao observador que consente em participar da vivência grupal; segundo ele, tais fenômenos não podem ser observados ''do