A teoria do poder
Fora do campo dos estudos acadêmicos o termo "elite" é usado para se referir aos grupos hierarquicamente superiores dentro de uma organização burocrática; o exemplo mais comum é a referência às certas unidades militares dentro das Forças Armadas.
Também é comum denominar de elite os grupos que estão situados em posições sociais superiores como acontece com as classes sociais, detentoras de poder econômico. Outras referências genéricas são aplicadas às organizações burocráticas e empresariais.
Mas não é neste aspecto que esse trabalho irá abordar tal tema, e sim de um ponto de vista analítico em relação aos pensadores que se dedicaram a estudar o surpreendente fenômeno do surgimento de lideranças em qualquer tipo de organização social.
Os autores elitistas afirmam que o povo não tem condições de decidir seu próprio destino, ao contrário do que é afirmado pela doutrina clássica da democracia – que prega a idéia de governo da maioria em busca do bem comum. Os elitistas afirmam que o povo é uma massa amorfa que é dirigida e modelada de acordo com a elite dirigente. O povo decide apenas aparentemente, mas quem possui o poder decisório, em verdade, são poucas pessoas, é a classe política dirigente, de acordo com Mosca, ou a oligarquia, de acordo com Michels.
Gaetano Mosca
A teoria das elites surgiu no final do século 19 tendo como fundador o filósofo e pensador político italiano, Gaetano Mosca (1858-1941). Em seu livro "Elementi di Scienza Política" (1896), Mosca estabeleceu os pressupostos do elitismo ao salientar que em toda sociedade, seja ela arcaica, antiga ou moderna, existe sempre uma minoria que é detentora do poder em detrimento de uma maioria que dele está privado.
Os poderes econômicos, ideológicos e políticos são igualmente importantes, mas em seus escritos Mosca deu ênfase à força política das elites. O restrito grupo de pessoas que a detém também pode ser denominado de classe dirigente.
De acordo