A teoria do gene egoísta
A teoria do gene egoísta é uma teoria científica de foco evolutivo, ultradarwiniano e genecêntrico. Ela tenta explicar a evolução biológica através de uma perspectiva gênica, remontando à origem da vida e tentando mostrar como certas moléculas replicadoras (ancestrais dos genes) poderiam ter evoluído de modo a formar as primeiras células e, a partir daí, todos os seres vivos existentes hoje. Vale notar que tal teoria toca também em questões filosóficas ao tentar explicar o problema profundo de nossa existência e sugerir que todo e qualquer organismo vivo consiste simplesmente em sofisticadas máquinas-de-sobrevivência, eficientemente moldadas pelo processo de evolução darwiniana para promover a replicação dos genes nelas contidos. Seremos nós apenas sacos envoltórios para permitir a replicação de nossos genes? Será que acordaremos e dormiremos e comeremos e faremos sexo apenas para permitir que os nossos genes passem para a próxima geração? Seremos mesmo controlados por eles?
O zoólogo Richard Dawkins, autor do livro "O gene egoísta" (originalmente publicado em Inglês, no ano de 1976), é tido como um dos maiores defensores das ideias evolucionistas e chega-se a dizer que seria mais darwiniano que o próprio Charles Darwin. Dawkins utiliza o darwinismo como uma arma imbatível com a qual ele ataca qualquer ideia que vá contra sua visão materialista, reducionista e não-mística da vida.
É importante notar que, ao contrário do que é sugerido pelo nome da teoria, Dawkins afirma que genes absolutamente não têm vontades próprias ou valores morais. O que acontece simplesmente é que aqueles genes que apresentam um comportamento que seria visto como egoísta pelos seres humanos - um tipo de antropomorfização de um comportamento de moléculas químicas - são os que se mantêm representados dentro dos genomas das espécies, ao longo do processo evolutivo, com o passar dos anos e milênios. Genes, de fato, são simplesmente polímeros