Vigotski iniciou seu trabalho dentro de uma atmosfera política, social, cultural e intelectual da Rússia, pós-revolução de outubro de 1917. Tal revolução foi uma mistura de elementos de uma revolução burguesa e proletária, sendo assim uma das maiores revoluções do século XX. Tais aspectos estavam presentes à perspectiva de construção de uma sociedade socialista, e assim dá início a uma nova educação soviética. Em 1918 A. V. Lunatscharski, ministro da educação soviética escreve uma declaração a respeito da “escola única do trabalho”, e nela é possível compreender a essência dos conteúdos e também os princípios presentes na escola soviética, que são eles: caráter criativo no processo de ensino das disciplinas; ensino coerente com a vida do aluno e os interesses dele; autonomia do aluno (permitia a reconstrução de verdades antigas para a compreensão da realidade); e a individualização do ensino, mas ligada à construção de uma sociedade socialista. Ao mesmo tempo em que se quis criar, na URSS, uma “escola nova”, houve a tentativa de se apropriar de diversas teorias e métodos difundidos no contexto mundial, e com influência de autores como Friedrich Froebel, Maria Montessori e John Dewey. Uma das teorias que mais teve repercussão no sistema educacional soviético foi o Plano Dalton, criado nos Estados Unidos. Para que esse plano desse certo era preciso preparar e organizar na escola uma integração entre professor e aluno, é neste momento que os pedagogos soviéticos são atraídos pelo Método de Projetos, fortemente influenciado por Dewey, cujo processo educacional começa pela vida e não pelos livros. No entanto, tais práticas educacionais não deram certo, pois não era possível instalar uma projeto de base burguesa em um país de princípios socialistas. Posteriormente, devido a uma análise de posição de uma metodologia marxista, é feita uma adaptação desse projeto para a escola soviética nos moldes socialistas; e do mesmo modo que o modelo anterior, ele