A teoria da computação
Nos dias de hoje, em que o imediatismo domina a nossa sociedade, permeando muitas esferas sócioculturais, e influindo direta e significativamente nos rumos de toda a humanidade, diversos aspectos da formação dos profissionais da área têm sido alvo de discussões e de mudanças, visando sua adequação aos nossos tempos.
Em particular, tem sido muito questionada a conveniência e até mesmo a necessidade de se estudar, conhecer e dominar assuntos abstratos, dado que o exercício profissional geralmente praticado induz ao uso mecânico e quase cego de elementos pré-fabricados, “de prateleira”, parecendo até muito estranho discutir a “eventual” importância para o profissional de um reforço de formação em conhecimentos complexos, exigentes e abstratos, como aqueles propostos pela Teoria da Computação.
Identificam-se aí duas tendências tecnológicas que, embora complementares, infelizmente costumam ser interpretadas como sendo radicalmente excludentes: a primeira, sugerindo que se busque preferencialmente o (re)aproveitamento de produtos e resultados de esforços anteriores como forma de obtenção de recursos humanos produtivos e eficientes, e a segunda, priorizando o cultivo da formação científica como meio de formação de profissionais preparados para o desenvolvimento de trabalhos centrados na criatividade.
Naturalmente, sempre que levadas aos limites, tendências como essas geralmente acabam por contrapor-se, suscitando, de um lado, adeptos extremos da exploração direta de capacitações já consolidadas, para o uso imediato de soluções previamente desenvolvidas, e de outro, aqueles que radicalmente consideram legítimas apenas as tendências estritamente investigativas, puramente teóricas, talvez sem compromisso com a realidade.
Aqueles se mostram quase sempre refratários a promoverem investimentos na formação da componente conceitual dos profissionais, e mais favoráveis a investimentos de rápido retorno, que em geral correspondem