A teoria da afetividade de spinoza

Trabalho

A teoria da afetividade de Spinoza

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A teoria da afetividade, de Spinoza

1. Introdução Em linhas gerais, diz Spinoza na parte I da Ética (sobre Deus), que Deus, ou Natureza, é uma substância absolutamente infinita, cuja essência consiste em ser potência causal necessária. Ela é constituída pelo conjunto de seus infinitos atributos, cada qual infinito em seu gênero, através dos quais se manifesta e produz tudo o que é possível ser produzido, como conseqüência necessária do seu próprio ser. Ela é pura atividade. Esta é a natureza naturante. Spinoza define Deus, ou substância, como “aquilo que existe em si e por si é concebido” (SPINOZA, p.13): é causa sui (causa de si mesmo). Todas as coisas finitas que existem (nós, inclusive), são modos/modificações da substância infinita, chamados de natureza naturada. Estes modos da substância, para Spinoza, são tudo “que existe em outra coisa, por meio da qual é também concebido” (p.13). Desta forma, Spinoza nos mostra que, por sermos modificação da Natureza, participamos de sua essência, sendo assim, nossa essência é também eterna, mas não nossa existência, que depende do espaço-tempo. Por sermos modos da substância, como disse acima, somos concebidos por outro que não nós mesmos, desta forma, nossa essência não envolve existência (apenas na substância isso ocorre). Dos infinitos atributos só temos conhecimento de dois: extensão e pensamento. O atributo extensão produz corpos e o pensamento, idéias e, segundo a tese do paralelismo, toda modificação da substância é produzida simultaneamente e instantaneamente em todos os seus infinitos atributos, “paralelamente”1; são infinitas expressões da mesma substância. A realidade que conhecemos, então, é a mesma coisa expressa de duas maneiras diferentes (extensão e pensamento). Na segunda parte da Ética (sobre A natureza e a origem da mente) Spinoza explica que extensão e pensamento são expressões de uma única substância; alma e corpo formam, assim, uma dupla