A Teologia Luterana e sua Influência Política
A Reforma Protestante tem sido um assunto muito avaliado e estudado pelos historiadores, uma inesgotável fonte de discussão. O autor Randell Keith explica que tal interesse é causado porque este tema proporciona inúmeras controvérsias e a cada nova pesquisa são lançadas dúvidas, provocando polêmicas e debates.1
Até mesmo nos livros didáticos a Reforma Protestante ganha um amplo espaço para discussão. Contudo, tais livros cometem um sério erro historiográfico, pois a maioria deles define a Reforma Protestante como “o surgimento de igrejas ‘cristãs’ que, a partir do século XVI, já não mais obedeciam ao papa”2.
Enfatizam, geralmente, de forma sistemática a figura de Martinho Lutero (1483 – 1546) como sendo a primeira pessoa que questiona o papel da Igreja Católica e sua corrupção. Contudo, o autor Cláudio Vicentino, em seu livro também destinado a alunos do ensino médio, ao descrever os movimentos que desencadearam a Reforma, cita John Wycliffe e John Huss, e suas contestações sobre a autoridade estabelecida pela Igreja enfatizando o sucesso que esses movimentos ganharam antes mesmo de Lutero3.
Podemos destacar, de acordo com Keith, Jonh Wycliffe (1320? – 1384), na Inglaterra e John Huss (1368 – 1415), na Boêmia como “precursores de Lutero”4. Eles também se mantiveram em oposição aos abusos na estrutura e organização da Igreja e contra seus ensinamentos.
Ainda com relação ao livro didático formulado por Cláudio Vicentino, observa-se uma característica importante. O autor fornece em sua obra documentos primários, ele apresenta algumas das noventa e cinco teses estabelecidas por Lutero. Tal atitude é muito benéfica para o aprendizado dos alunos, principalmente, quando o tema estudado é tão polêmico quanto este: a Reforma Protestante.
O surgimento e Formação da Teologia Luterana
Para o autor Randell Keith a Reforma Protestante não está centrada apenas na religião, mas há também “dimensões” políticas, sociais e