A temporalidade do idoso
Resumo: A proposta deste ensaio é refletir acerca da temporalidade do idoso, além de tecer algumas considerações sobre a posição do idoso em relação à morte, baseadas em teorias e concepções de diversos autores sobre o tema. Por fim, pondera-se que a significação de velhice, da morte e da temporalidade é diferente para cada idoso, pois cada pessoa significa o mundo de uma maneira diferente.
Palavras-chave: Idoso; Morte; Temporalizar.
Segundo a Política Nacional do Idoso (Lei Nº 8.882, de 4 de janeiro de 1994) e o Estatuto do Idoso (Lei Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003), idoso é aquele que possui idade igual ou superior a 60 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as pessoas com 60 anos ou mais como idosas, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais, em países desenvolvidos.
De acordo com Camarano (2004), idoso é aquele que tem “muita” idade. Porém, assumir que a idade cronológica é o critério universal de classificação para a categoria idoso é correr o risco de afirmar que indivíduos diferentes – de lugares diferentes e culturas diferentes – são homogêneos. O conceito de idoso também possui finalidades de caráter social, pois existem objetivos de estimar demandas por serviços de saúde, benefícios previdenciários e como uma maneira de distinguir a situação dos indivíduos no mercado de trabalho, na família e na vida social.
Okuma (1998) afirma que na velhice, o indivíduo modifica a sua relação consigo mesmo, com o outro, com o mundo e com o tempo. A relação do idoso com o espaço é modificada, assim como sua relação com o tempo, uma vez que a relação entre passado e presente é diferente: o futuro torna-se curto. A autora aponta o homem como “o único ser capaz de se envolver com o tempo, é o único capaz de saber que é um ser para a morte, e de saber que é dessa possibilidade que a vida surge” (Okuma, p. 44, 1998).
Dentre as quatro características básicas do existir humano, Ribeiro (2009) propõe algumas