A televisão entre a interatividade e a porosidade
Rogério Fideles da Silva*
RESUMO
Neste texto faz-se um estudo dos conceitos de assistir e interagir, de Yvana Fechine e TV
Porosa, de Vera França, fundados nos textos que exprimem a preocupação das duas autoras com o futuro da televisão em um momento de transição e convergência de mídia. São tecidas algumas considerações sobre estes conceitos nos programas de referência “Big Brother
Brasil” e “Norma”, ambos da Rede Globo de Televisão.
Palavras-chave: Televisão. Interatividade. Convergência de mídia.
Todo mundo que ama a televisão tanto quanto eu amo – e eu amo não só como uma pesquisadora, mas como uma fã, cresci vendo tevê e, até hoje, é algo de que continuo a extrair imenso prazer – qualquer um com essa relação diria que esse é o momento mais fascinante da história da televisão. As transformações trazidas pela internet não diminuíram a importância da televisão, mas estão fazendo com que ela se torne ainda mais central para nossas vidas. Mais do que o computador, a tevê tem uma história de imbricação íntima com a vida das pessoas. A televisão é tão banal... É parte da nossa vida cotidiana, é parte da nossa sala. Dormimos com ela, acordamos com ela. Quando a estudamos, estudamos nossas práticas e rituais diários (DANA HELLER, 2009).
1 Introdução
O objetivo deste ensaio é fazer um estudo em que se apresentem as evoluções ocorridas nas interfaces e nas formas de interatividade com a chegada da tecnologia digital às televisões brasileiras. Como parte deste jogo, pretende-se trazer à tona as informações desse conceito tão comentado, falado, de difícil explicação e compreensão, que se anuncia capaz de revolucionar a comunicação televisiva: a interatividade. Conceito que não conseguiu ainda se apresentar ao grande público como algo real, palpável.
Hoje se pode observar na televisão como são consumidos os produtos oferecidos, num leque maior e com as facilidades do controle remoto, que tornou