A superpopulação é o maior problema de uma megalópole?
Grandes empresas, universidades de qualidade, maior comunicação com o mundo exterior e a oportunidade de uma vida melhor são apenas alguns dos elementos de uma cidade, que atraem uma grande massa de pessoas do campo para às áreas urbanas. No entanto, o grande aumento populacional nos centros urbanos, decorrente desses movimentos migratórios, evidencia o real problema das megalópoles, que é a desigualdade social, e não a superpopulação.
No Brasil, o processo de urbanização das grandes cidades é provocado pela modernização da produção agrícola e pela falta de políticas efetivas para fixar o homem do campo à terra, como a realização de uma ampla reforma agrária e de programas que priorizem e apoiem a agricultura familiar. Seguindo o raciocínio, a crescente mecanização da mão de obra, na área rural, ocasionou uma escassez de empregos, fazendo com que muitos “Retirantes” e “Fabianos” abandonassem o campo rumo às grandes cidades, que, em teoria, poderiam lhes proporcionar emprego e melhor qualidade de vida.
Entretanto, essa busca do homem do campo por uma vida melhor nas cidades revelou um grande problema: a desigualdade social. Pela lógica, quando uma população aumenta exponencialmente, também é necessário o crescimento de toda uma infraestrutura que dê conta de absorver esse excedente populacional. Nesse contexto, observa-se que altas taxas de crescimento urbano na ausência de um planejamento eficaz resultam em uma espiral de pobreza urbana, com a proliferação de favelas e loteamentos irregulares, falta de água tratada e a degradação do ambiente pela poluição do ar, pelo lixo não coletado e pelo esgoto sem tratamento. Estes são apenas alguns dos graves problemas estruturais que podem ser observados nas megalópoles, resultantes da marginalização de uma grande parcela da população. Essa marginalização acaba por gerar outras mazelas sociais, dentre elas o desemprego e a violência, o que apenas reforça a desigualdade social como a raiz da maioria