A sua etimologia
A esse modo de entender o trabalho foi (está a ser) contraposto um outro, moderno, que o dignifica (Raymond Ruyer chega a identificar o trabalho com a liberdade) -- até à sua divinização nalguns casos (como na Alemanha, segundo Scheler).
Uma "teologia do trabalho" contemporânea pretende igualmente recuperar o trabalho, baseada na ideia do homem como artífice que, à imagem e semelhança de Deus, realiza uma obra.
O trabalho tem sete grandes significados:
1. O trabalho proporciona renda, lucro, sobrevivência, esperança.
2. O trabalho determina o status social da pessoa permitindo ao indivíduo ser reconhecido e valorizado.
3. O trabalho estabelece vínculos de convívio, amizade, relação interpessoal. São os colegas de trabalho, os clientes e fornecedores.
4. O trabalho organiza o tempo: O tempo livre, o tempo de lazer, o tempo da família, o tempo de férias.
5. O trabalho determina o espaço: lugar de trabalho, lugar para guardar o material, lugar para encontros, lugares exclusivos.
6. O trabalho promove a auto-estima: realização pessoal, autovalorização, satisfação pessoal, concretização dos sonhos, valorização de si e dos outros.
7. O trabalho dá sentido à vida porque transforma a natureza e espiritualiza a pessoa.
Precisamos de uma educação para o trabalho e por outro lado de uma “reeducação do trabalhador”, não segundo o “evangelho do capital”, mas segundo a dignidade do trabalhador e do próprio trabalho. Engels certamente exagerou quando escreveu que o “trabalho criou o homem”, mas é bem verdade que o trabalho é uma benção, embora não seja o único e nem o mais alto fim do homem.
Cantava a Cigarra
Em dós sustenidos
Quando ouviu os gemidos
Da Formiga